Pronunciamento do Diretor Técnico da UPADI, Eng. Roberto Kochen, Tegucigalpa, Honduras
Caros companheiros e amigos, Sr. Presidente do Conselho Técnico, Eng. Cyro Laurenza, Presidentes dos Comitês Técnicos da UPADI, convidados especiais e assistentes dos trabalhos.
É uma honra e um privilégio estar aqui hoje, reunido com figuras proeminentes da Engenharia Pan – Americana, e sendo imbuído do prestigioso cargo de Diretor Técnico da UPADI, nossa União Pan – Americana de Associações de Engenheiros.
Agradeço em especial ao Presidente do Conselho Técnico, Eng. Cyro Laurenza, por sua confiança em minha pessoa ao formular este honroso convite. Espero trabalhar e contribuir para aumentar a importância e a grandeza da Engenharia Pan – Americana, tão importante para a melhoria da qualidade de vida e do Desenvolvimento Humano de nossas populações e paises.
A Engenharia Pan – Americana e sua inserção na ALCA ( Associação Latino Americana de Livre Comércio ) é o tema predominante hoje, nos países de nossa região. Os desafios e oportunidades que esta inserção irá trazer ( a curto, médio, e longo prazo ) podem criar condições de desenvolvimento tecnológico e de integração continental. Isto favoreceria a competitividade da Engenharia Pan – Americana, e a exportação de bens e serviços a ela relacionados. Por outro lado, se a inserção não ocorrer de forma positiva e equilibrada, haverá predominância de uma única nação sobre toda a região, afetando desfavoravelmente a engenharia e o desenvolvimento de todos os países do Continente Americano.
A Engenharia Brasileira, em recente análise sobre estes desafios, entende que é necessário fazer frente ao poderio econômico da América do Norte, reduzindo desequilíbrios e desigualdades regionais. Esta atuação requer diversas medidas no âmbito governamental, entre as quais se destacam :
a) equalização tributária entre os países americanos;
b) Fundos de Desenvolvimento Tecnológico para capacitação das empresas de engenharia,
c) Fundos para desenvolvimento de estudos de viabilidade de obras de infra – estrutura,
d) Intercâmbio de estudantes para criar laços culturais entre os vários paises da região,
e) Sistemas de seguros de riscos políticos,
f) Sistemas de financiamento de serviços de engenharia, a taxas de juro compatíveis com as do mercado internacional,
No caso do Brasil, onde exerço a atividade de Engenheiro, sabemos que a Engenharia Brasileira é competente, porem não é competitiva. Para se obter esta competitividade, são imprescindíveis ações governamentais, implantando os itens elencados acima.
O desafio da Integração Regional, principalmente nas regiões Sul Americana e Central, requer a atuação, forte e decidida, da Engenharia Pan – Americana. Esta integração requer, e abrirá oportunidades, em diversas áreas de infra – estrutura :
– Geração e Transmissão de energia elétrica,
– Interligação de gasodutos,
– Extração e transporte de minério de ferro,
– Telecomunicações ( satélites, cabos submarinos, fibras óticas ),
– Transportes ( Integração Pacífico – Atlântico, Ligações Norte Sul, etc. )
– Indústria ( automobilística, petroquímica, plásticos e derivados, papel e celulose, madeira e derivados, fruticultura, agropecuária, etc. )
É necessário o planejamento por eixos regionais de desenvolvimento, e um esforço conjunto para criar instrumentos eficazes de ação política, diplomática e comercial, ocupando o espaço de oportunidade que será criado com a expansão da ALCA em direção ao Sul do Continente Americano.
Tudo isto necessita ser feito sem que o Desenvolvimento Humano de nossos paises fique em 2o plano. Nossos índices de Desenvolvimento Humano são baixos e insatisfatórios, com exceção da América do Norte.
Hoje, o placar é desfavorável para nossos países, e as ameaças são superiores às oportunidades. Devemos reverter o resultado deste jogo, com muita garra e disposição, transformando ameaças em oportunidades. Nossa atuação deve ser pautada pela utilização plena da Engenharia Pan Americana neste processo de Integração Continental, que avança independente de nosso controle. Os organismos internacionais de financiamento e fomento que controlam o fluxo de caixa para paises em desenvolvimento, inclusive os nossos. Este controle nos prejudica e o processo deve ser alterado, pela união dos Países Pan – Americanos em torno do fortalecimento de sua Engenharia.
A Engenharia Pan – Americana tem uma missão : realizar a Integração Regional. Nesta missão, todos nós, Engenheiros Pan – Americanos, temos um papel a cumprir : Promover o Desenvolvimento Humano em nossos países.